segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Deixando o mundo para trás


Buda fundou seu Caminho no fato humano do sofrimento. O Islã retorna à situação básica na qual nos encontramos uma interpretação levemente diferente: o homem, em seu estado ordinário de consciência, está literalmente adormecido ("e quando morrerem, despertarão", como Muhammad disse). Ele vive em um sonho, seja de prazer ou de sofrimento - algo fenomenal, de existência ilusória. Apenas o baixo si-mesmo está desperto, sua "alma carnal". Sentindo-se bem ou não, ele é um miserável. Entretanto, potencialmente essa situação poderá ser modificada, pois o homem fundamental / primordial [ultimately man] não é idêntico com o baixo si-mesmo. (O Príncipe de Balkh, Ibrahim Adham, perdido no deserto enquanto caçava, perseguiu um veado encantado que virou-se para ele e perguntou "Onde você nasceu para isso?") A experiência autêntica humana está no divino; ele tem um si-mesmo elevado, o qual é verdadeiro; ele pode atingir a felicidade, mesmo antes da morte ("morra antes de morrer", disse o Profeta). O chamado é feito: para voar, migrar, uma jornada para além dos limites do mundo e do si-mesmo.

[tradução de trechos de Introduction to Sufi Path, de Peter Lamborn Wilson, a.k.a. Hakim Bey, extraído de http://hermetic.com/bey/intro-sufi.html - tradução de Muhammad F.]

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